Termografia ajuda a prevenir lesões de atletas olímpicos e amadores
A termografia infravermelha (TIV) tem se mostrado uma ferramenta inovadora e essencial na prevenção de lesões em atletas no alto rendimento, como nas Olimpíadas, e até entre amadores.
Por meio de uma análise sofistificada de imagens geradas pelo calor emitido por cada região do corpo, a tecnologia permite identificar áreas mais sobrecarregadas e ainda monitorar a resposta a treinamentos e tratamentos.
O que é a TIV
A TIV é um método de diagnóstico que utiliza câmeras específicas, que captam a radiação infravermelha emitida pela pele, gerando imagens térmicas que revelam a temperatura superficial do corpo.
Cada objeto, incluindo o corpo humano, emite radiação infravermelha proporcional à sua temperatura. As câmeras termográficas são capazes de detectar essa radiação e convertê-la em uma imagem visual que mostra variações de temperatura na superfície da pele.
As áreas mais quentes aparecem em tons de vermelho, laranja e amarelo, enquanto as mais frias são mostradas em azul e verde.
Alterações térmicas podem detectar problemas que precisam de intervenção.
TIV nas Olimpíadas
Nos Jogos Olímpicos de Paris, nomes como Luiz Maurício Dias, do lançamento de dardo, e a equipe de Tiro Esportivo têm trabalhado diretamente com a tecnologia, com ganhos notáveis.
A utilização da TIV em esportes que possuem várias etapas ou em competições como as Olimpíadas colabora para um processo de recuperação mais efetivo. Nestas situações, os atletas realizam esforços intensos repetidamente em curtos períodos, então a capacidade de identificar precocemente sinais de fadiga e micro lesões é crucial.
Atletas olímpicos são submetidos a uma alta carga de treinamento durante um ciclo olímpico, que pode durar entre quatro a oito anos, dependendo do esporte e da programação individual. Este intenso regime, necessário para alcançar o nível de desempenho exigido em competições de elite, pode levar a uma maior incidência de lesões devido ao estresse físico constante e à sobrecarga muscular.
A TIV desempenha um papel crucial nesse contexto. É essencial integrá-la de forma sistemática nos programas de treinamento e reabilitação. Isso inclui a realização de avaliações térmicas regulares, análise das imagens por profissionais qualificados e equipe multidisciplinar.
O que a TIV pode fazer
São vários benefícios, entre eles:
• Monitoramento da carga de treinamento: Alterações térmicas podem indicar fadiga muscular, inflamações ou outras condições que, se não tratadas, podem levar a lesões. Ao identificar essas alterações precocemente, é possível ajustar o treinamento para evitar sobrecargas e lançar mão de recursos fisioterapêuticos para acelerar a recuperação.
• Detecção de assimetrias térmicas: diferenças significativas de temperatura entre partes do corpo podem indicar desequilíbrios musculares ou articulares que são frequentemente precursores de lesões.
• Reabilitação de lesões: a TIV pode ser utilizada para monitorar a progressão da reabilitação, pois as alterações térmicas podem indicar o sucesso do tratamento ou a necessidade de ajustes. Isso permite um acompanhamento mais preciso e personalizado do atleta, acelerando o processo de recuperação.
Vantagens
Diversos estudos científicos têm demonstrado a eficácia da TIV na prevenção de lesões. Pesquisas mostram que ela pode detectar inflamações e microlesões musculares antes que estas se manifestem clinicamente, identificando inclusive padrões térmicos associados ao risco de lesões.
A técnica oferece algumas vantagens que a tornam ideal para o monitoramento de atletas olímpicos:
1. Não invasiva: a TIV não requer contato físico ou a introdução de instrumentos no corpo, uma opção confortável e segura para os atletas.
2. Rápida e eficiente: A captura de imagens térmicas é rápida e pode ser realizada em poucos minutos, permitindo um monitoramento frequente e regular sem interromper o treinamento.
3. Custo-benefício: Comparada a outros métodos diagnósticos avançados, a estratégia é relativamente acessível, de fácil transporte e utilização. Pode ser realizada em qualquer sala climatizada com ar entre 20 a 25°C e ser repetida regularmente, sem incorrer em altos custos.
Fonte: Saúde Abril