Os remédios possuem várias substâncias químicas que, se descartadas incorretamente, podem oferecer risco à vida das pessoas e ao meio ambiente. Ao jogar sobras de medicamentos no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário, você contribui com um grave problema de saúde pública.
O professor e biólogo do laboratório de Ecotoxicologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Fernando Sanzi, afirma que os remédios são altamente reconhecidos como poluentes ambientais.
“Estes compostos tóxicos, no meio ambiente, causam efeitos significativos ao meio aquático. Eles estão presentes, inclusive, na água que bebemos diariamente”.
Mas você sabe o que fazer com eles quando passam do prazo da validade? O procedimento correto é a incineração destes produtos, porém não é possível fazer esse processo em casa.
Enquanto o descarte não é regulamentado pelo Governo Federal, a incineração é oferecida por algumas redes de farmácias. Porém, é preciso checar se as lojas da sua cidade aceitam o remédio, pois o serviço não é oferecido em todas as unidades (veja a relação ao lado com mais detalhes).
O programa Descarte Consciente, da Droga Raia e Drogasil, por exemplo, já contabilizou desde o início do serviço até dezembro de 2015 mais de 95 toneladas de medicamentos coletados.
Algumas prefeituras da região também ajudam a população a se desfazer dos remédios fora do prazo de validade. Itanhaém, Mongaguá, Guarujá, Bertioga e Cubatão pedem aos munícipes que o descarte seja realizado nas unidades de saúde. Em Santos, a orientação é procurar a drogaria mais próxima.
Mesmo que a população se acostume com o descarte correto dos medicamentos, o biólogo alerta para um perigo ainda maior: parte dos medicamentos ingeridos pela população é eliminada nas fezes e urina e vai parar nas estações de tratamento de esgoto, que não têm a capacidade de degradar todas as substâncias químicas presentes.
“É um problema mundial, maior até do que a quantidade de fármacos descartados irregularmente”.
Estudos também comprovam que, ao chegarem aos rios e mares, os fármacos causam efeitos nocivos aos animais. “Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou peixes machos com a capacidade reprodutiva prejudicada e feminilização”, alerta o biólogo.
Fonte: atribuna.com.br