Pesquisa realizada no Ambulatório de Investigação e Tratamento da Dor de Cabeça (DITH) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que exercícios aeróbicos são eficazes no tratamento preventivo da enxaqueca crônica (pessoas com enxaqueca que apresentam 15 dias ou mais por mês de dores de cabeça), resultando na redução da intensidade e frequência das crises.
Esta doença afeta de 2% a 3% da população geral, com a prevalência de 5% na população brasileira. O tratamento preventivo da enxaqueca deve ser instituído para esses pacientes.
O estudo, de autoria da fisioterapeuta Michelle Dias Santos Santiago, analisou 60 pacientes de ambos os sexos com idade entre 18 e 50 anos, no período de junho de 2010 a julho de 2012, em dois modelos de tratamentos. Eles foram divididos em dois grupos de 30 pessoas orientados a:
1) praticar exercícios aeróbicos (caminhada ao ar livre/ 40 minutos/três vezes por semana) aliados à medicação preventiva
2) utilizar somente a medicação, ambos por um período de três meses.
Para a orientadora do estudo e neurologista do Setor de Cefaleias do DITH/ Unifesp, Thais Rodrigues Villa, os resultados foram surpreendentes. Cinquenta pessoas chegaram até o final do estudo e houve redução na frequência da enxaqueca. “O estudo demonstrou que o grupo de pacientes que utilizou a combinação de terapia de drogas preventivas associada a exercícios aeróbicos apresentou melhora significativa em todos os parâmetros da cefaleia e também na redução do índice de massa corpórea, resultando em perda de peso. A média de dias de dor no mês passou de 23 para 5 dias. Já os que receberam somente o remédio melhoraram em torno de 50%, de 25 para 13 dias de dor. A melhora nos sintomas de depressão e ansiedade também foi mais evidente no grupo que praticou exercícios”, explica Thaís.
“O exercício aeróbico de intensidade moderada, praticado regularmente, pode promover o relaxamento muscular, melhora do condicionamento cardiovascular e redução da frequência, intensidade e duração das crises de dor de cabeça. Mesmo com os exercícios realizados em casa, os pacientes tiveram resultados positivos, lembrando que, para a realização desse tipo de tratamento, é necessário o acompanhamento de um médico especialista”, explica a fisioterapeuta.
Fonte: Unifesp