Dados divulgados pelo periódico Anais de Doenças Reumáticas (Annals of the Rheumatic Disease) revela que a dor na lombar, ou lombalgia, é uma das principais causas de invalidez no mundo, além de ser responsável por parte dos casos de incapacidade ligada ao trabalho. O material, baseado em estudo publicado em 2012, aborda que uma em cada dez pessoas poderá manifestar a doença. Segundo o Ministério da Previdência Social, a dor nas costas é um dos problemas que mais acarretam licenças trabalhistas superiores a 15 dias, no país, e está entre as doenças que mais aposentam brasileiros por invalidez.

De acordo com o ortopedista Luis Fernando Araújo Júnior, a lombalgia é considerada a segunda maior queixa nos consultórios médicos, ficando atrás apenas da enxaqueca. “Isso porque a lombalgia gera grandes dúvidas sobre suas causas, diagnósticos, tratamentos e prevenções, já que, pelo menos uma vez na vida, todas as pessoas já foram acometidas por ela. Talvez seja porque o homem se tornou o único animal da sua espécie a se locomover em postura ereta, com a utilização de apenas dois membros, passando a sofrer, assim, uma série de adaptações fisiológicas durante sua evolução”, esclarece.

O médico ressalta que a dor lombar pode ser causada por uma infinidade de patologias, disfunções e desarranjos da coluna. “Acredita-se em três mecanismos responsáveis pela cauda da dor. O primeiro deles seria a postura, causada por uma deformidade mecânica dos tecidos moles adjacentes aos segmentos vertebrais ou músculos. O segundo mecanismo é a disfunção, causada por um encurtamento ou uma aderência tecidual, e, por último, o desarranjo, causado por um deslocamento do disco intervertebral. Com o alto e crescente índice de dor, várias técnicas de tratamento fisioterápico foram sendo criadas e aplicadas”, explica Araújo Júnior.

Independente de qual seja o mecanismo presente no paciente, o ortopedista recomenda que o indivíduo faça uma avaliação dos grupos musculares acometidos, principalmente em relação a encurtamentos. “Isso se deve ao fato de o homem trabalhar utilizando o corpo como uma alavanca e adotando a posição sentada para a maior parte das atividades no trabalho e na vida diária”, completa.


Fonte: jmonline.com.br