Alguns alimentos possuem propriedades que ajudam a evitar as dores. Nozes, castanhas e o fruto do guaraná, por exemplo, apresentam substâncias que reduzem o “enferrujamento celular”, porque combatem a ação dos radicais livres no organismo. Cãibras e dores musculares podem ser evitadas através do consumo de melão e vegetais de folha escura, como a couve, que possuem, respectivamente, potássio e magnésio, relacionados às contrações musculares. Esses alimentos, no entanto, devem ser consumidos em caráter preventivo, e não no tratamento da dor aguda. Veja abaixo quais são eles e como previnem as dores.
1. Café
O café ajuda a aliviar dores de cabeça leves, chamadas cefaleias tensionais, e até enxaqueca, se ingerido no inicio da crise. Isso ocorre porque a cafeína tem ação analgésica, ou seja, de alívio da dor, no sistema nervoso central. Além disso, ela potencializa a ação de um analgésico comum, como dipirona ou paracetamol, porque facilita a entrada e a ação dessas substâncias no sistema nervoso.
Porém, esse conselho só vale para dores de cabeça pouco frequentes, até cerca de duas vezes por mês. Se uma pessoa que tem dores de cabeça frequentes (no mínimo uma vez por semana) ingerir muito café, ele pode transformar aquela dor em um problema crônico. O abuso do café também pode gerar dores de cabeça por abstinência da cafeína. Um dos sinais de abuso de uma substância é quando sua ausência causa um prejuízo funcional à pessoa, como uma menor produtividade no trabalho, por exemplo.
Fonte: Ariovaldo da Silva, titular da Academia Brasileira de Neurologia e assistente no Ambulatório de Cefaleias do Hospital das Clínicas da UFMG
2. Frutas secas
Nozes, castanhas, amêndoas, pecãs, avelãs e outras frutas secas ajudam a diminuir dores musculares. Elas possuem compostos fenólicos, quem têm ação antioxidante, e ômega 9. Essas substâncias estimulam a produção de enzimas que combatem a ação dos radicais livres no organismo, que são liberados pela célula e produzem um efeito oxidativo, como uma espécie de ferrugem celular. A ação dos radicais livres no organismo causa inflamações celulares e dor ou fadiga muscular. Esse efeito é mais intenso em pessoas que praticam atividades físicas. Nesses casos, é recomendado o consumo de frutas secas antes e depois da atividade. Mesmo para quem não pratica exercícios regularmente, é recomendado ingerir um punhado dessas frutas pelo menos três vezes por semana.
Fonte: Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN)
3. Melão
O melão é rico em potássio, que está relacionado com as contrações e o relaxamento muscular, e por isso ajuda a evitar dores nos músculos. A banana também apresenta essa substância, mas no melão o potássio pode ser encontrado em maior quantidade. Para quem pratica exercícios físicos, o consumo pode ser feito antes e após a atividade.
Fonte: Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN)
4. Couve
Vegetais de folha verde escura, como couve e escarola, e leguminosas, como grão de bico e feijão, são ricos em magnésio, que auxilia no controle da contração muscular. O magnésio é responsável pela ativação da bomba de sódio e potássio, mecanismo que permite a entrada do potássio na célula para que ela possa prevenir a cãibra. Por essa razão, alimentos ricos em magnésio são complementares em relação aos alimentos ricos em potássio, porque o magnésio permite que ele realize sua função no organismo.
Fonte: Maysa Penteado Guimarães, nutróloga dos hospitais São Luiz, Albert Einstein e Leforte
5. Melancia
A melancia, por possuir um ph alcalino, combate a acidez do suco gástrico, substância presente no estômago, que atua na digestão de alimentos, atuando positivamente sobre dores de estômago e gastrite.
Fonte: Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN)
6. Guaraná
Além de possuir cafeína, que reduz a sensibilidade à dor (o que explica casos em que ela foi considerada doping em atletas), a fruta do guaraná também possui compostos fenólicos, quem tem ação antioxidante, como a teobromina, que combate o "enferrujamento celular" causado pelos radicais livres. A semente e o pó de guaraná têm a mesma ação, mas o refrigerante produzido a base dessa fruta não apresenta tais benefícios.
Fontes: Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e Maysa Penteado Guimarães, nutróloga dos hospitais São Luiz, Albert Einstein e Leforte
7. Salmão
Peixes de água fria, como salmão e sardinha, são ricos em ômega 3, que ajuda a evitar inflamações que provocam dores. O ômega 3 não é produzido pelo organismo e é considerado uma gordura boa, porque é a fonte que o corpo utiliza para produzir hormônios intercelulares que equilibram os eicosanoides, hormônios que provocam inflamações. O aumento dos níveis desses hormônios que desencadeiam o processo inflamatório costuma ser causado pela alimentação, como o consumo excessivo de gorduras. O ômega 3 também atua na captação de radicais livres, ajudando a reduzir dores musculares decorrentes da "ferrugem celular". São recomendadas duas a três porções semanais.
Fontes: Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Paulo de Tarso Lima, médico responsável pelo grupo de medicina interativa do Hospital Albert Einstein e Maysa Penteado Guimarães, nutróloga dos hospitais São Luiz, Albert Einstein e Leforte
8. Cúrcuma
Também conhecido como açafrão da terra, a cúrcuma é utilizada como tempero em diversos pratos, e é o componente principal do curry. Ela possui curcuminoides, que são bioflavonoides, substâncias anti-inflamatórias. Ela é indicada principalmente para pacientes com câncer e doenças dermatológicas. Outros temperos, como a pimenta e o alho, possuem outros tipos de bioflavonoides que também ajudam a evitar inflamações. Os bioflavonodes também estão presentes nas frutas. A maçã, por exemplo, possui quercetina, indicada para casos de inflamações respiratórias.
Fonte: Paulo de Tarso Lima, médico responsável pelo grupo de medicina interativa do Hospital Albert Einstein