Abertas inscrições para curso de especialização em tratamento da dor em crianças
Abertas inscrições para curso de especialização em tratamento da dor em crianças
Cerca de 27% das crianças e adolescentes brasileiros sofrem com dores sem causa específica em ossos, ligamentos e músculos, a chamada dor musculoesquelética. Estes dados fazem parte do estudo publicado este ano no Brazilian Journal of Physical Therapy, e gera grande preocupação, visto que uma das consequências é a dor crônica em adultos, considerada atualmente a principal causa de incapacidade em todo o mundo.

Especialista em Clínica de Dor (RQE 5672), Dr Durval Kraychete (Cremeb 10486) ressalta que falar sobre o manejo da dor em recém-nascidos e crianças ainda é algo novo, e infelizmente, em sua grande maioria, os relatos de dor são subestimados por pais e profissionais da saúde.

“Ainda existe, entre os profissionais de saúde, uma ideia equivocada que recém-nascido não sente dor. E se o olhar clínico não está corretamente treinado, esse profissional não vai entender que quando o recém-nascido espreme os olhos, exacerba o sulco labial ou que grita, ele está indicando uma escala de dor”, completou.

Pensando na formação profissional, a Clínica de Terapia da Dor (CTD), núcleo Ensino e Pesquisa, localizada em Salvador, está com inscrições abertas para o curso de Formação em Dor e Cuidados Paliativos em Pediatria, destinado a Médicos, Fisioterapeutas, Enfermeiros, Psicólogos, profissionais de saúde e áreas afins.
Os interessados podem se inscrever através do site https://www.ctdensinoepesquisa.com.br/formacao/).

Com duração de 2 anos, a proposta do curso é formar profissionais para uma atuação segura nos processos clínicos de anamnese, diagnóstico, prognóstico e tratamento de uma multiplicidade de doenças que afetam crianças e adolescentes.

“Poucos são os cursos no Brasil voltados para cuidados da dor na pediatria. E esse tema também não é visto nas residências médicas. O que é preocupante, visto que muitas doenças antes entendidas apenas como doença de adulto, estão atingindo a população em estágios cada vez mais jovens. São crianças e adolescentes diagnosticados com cefaléia crônica e fibromialgia, por exemplo”, reforçou Dr Durval, especialista também em Anestesiologia (RQE 3833) e Acupuntura (RQE 5670).

Segundo o Ministério da Saúde, mais de 35% dos brasileiros com mais de 50 anos sofrem de dor crônica, e embora parte dos fatores de risco sejam desconhecidos, um dos mais bem estabelecidos é o histórico de dor prévia.

“Já existem estudos que apontam que a dor mal-tratada em recém-nascidos pode levar a repercussões na vida pré-escolar, a exemplo de crianças com dor abdominal, déficit cognitivo e de concentração, e até enxaqueca, ansiedade e depressão. Da mesma forma que uma dor aguda não tratada em uma criança vai gerar implicações na adolescência e vida adulta. Então, se quisermos diminuir a dor crônica nos adultos, precisamos romper esse ciclo de dor no início”, acrescentou.

Estrutura do curso

Baseado na metodologia B-Learning, a proposta do curso de Formação em Dor e Cuidados Paliativos em Pediatria segue a modalidade de ensino híbrida, combinando práticas pedagógicas de ensino presencial e a distância, se encaixando também nas rotinas dos profissionais de saúde. Os encontros vão ocorrer uma vez por mês, conforme carga horária das disciplinas.

Na ementa serão abordados Conceitos e Taxonomia da Dor, Fisiopatologia da Dor, Avaliação da Dor em Criança e no Recém-nascido, Farmacologia da Dor, Dor Neuropática, Dor Nociplastica na Criança, Dor Abdominal Crônica, Dores Musculoesquelética, Dor Oncológica, Aspectos Ético e Cuidados Paliativos, Abordagem ao Sofrimento, Decisão de Fim de Vida, Controle de Sintomas, Luto. O curso inclui ainda estágio supervisionado.

“Apesar de ter como foco os cuidados com recém-nascidos e crianças, a Formação em Dor e Cuidados Paliativos em Pediatria é um passo importante para minimizar os casos de dor crônica em adultos. A metodologia escolhida vai permitir que o profissional de saúde refine o seu olhar para a percepção das síndromes dolorosas, evitando que dores agudas venham a cronificar”, concluiu.
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